Os portugueses Primitive Reason lançaram seu novo trabalho, o EP Cast The Way, no passado dia 17 de Dezembro, o qual se encontra à venda justamente on-line. Como tal, fiz uma pequena entrevista à banda, através de e-mail. De boa vontade e descontraidamente, o vocalista e percussionista da banda, Guillermo De Llera, respondeu a seis questões acerca deste novo lançamento.
Antes de mais, gostava de prestar os meus sinceros agradecimentos, tanto à banda como a John Coito da Kaminari Records, pela tempo e vontade disponibilizados para que esta entrevista se chegasse a realizar. Os meus parabéns, também, pelo magnífico EP produzido.
LAF - Porquê o nome Cast The Way?
GL - Escolhemos o título Cast the Way, por duas razões: uma, era que 'to cast the way', em Inglês, significa algo como lançar o caminho, metafórico, para escolher o caminho a andar. A sonoridade deste EP foi algo conseguido conscientemente, através da escolha e do trabalho objectivo, e por isso o título pareceu-nos adequado; a segunda razão é que, Cast the Way é também o nome de um tema do caralho!
LAF - Em Cast The Way, apesar de nos chegar um som claramente à Primitive Reason, nota-se um ambiente mais sombrio, mais melancólico, nomeadamente em The Reckoning Beneath. Tal facto deve-se a quê? À entrada de elementos novos ou de uma ideia previamente formulada acerca do que este EP iria soar?
GL - Esse facto, que tu mencionas, de o EP Cast the Way ter um som mais melancólico ou sombrio, é algo que nós realmente não notamos. O the Reckoning Beneath, nunca nos pareceu nem sombrio nem melancólico. A única explicação que encontro será que as escolhas de estilos musicais utilizados na construção dos temas em Cast the Way, dê a entender uma temática ou estética musical mais sombria, se se considera certos estilos musicais mais sombrios que outros. Porventura, a falta de certos estilos musicais normalmente incorporados nas composições de Primitive Reason, como o Étnico Tribal mais percussivo ou Africano e Afro-Cubano, pode fazer parecer, enganosamente, que o som é agora mais sombrio. Por último, o tempo, ou pulsação da música pode também dar a entender uma direcção mais pensada, pausada e portanto melancólica.
LAF - Este EP será promovido apenas em Portugal ou já têm datas internacionais agendadas? Ou pretendem agendar? Ou vão esperar pelo lançamento do LP para fazer a Tour?
GL - O EP faz agora parte do nosso catálogo que é internacional. Estamos a finalizar contratos para tocar fora de Portugal em breve.
LAF - Sobrou algum material para compor o LP a sair no Verão da produção de Cast The Way?
GL - Sobrou material demais. A confusão depois é mesmo escolher e decidir quais dos 'sketches' trabalhar. Felizmente para nós, a criatividade é coisa que nunca falta. Aliás temos carradas de músicas que ficaram pelo caminho (atenção, estão bem guardadas! [risos]) de discos passados, que de vez em quando vamos procurar para fazer 'renascer' alguma ideia antiga que não nos larga o pensamento.
LAF - Com 15 anos de carreira, 5 álbuns editados e um som único, fundamentando-se numa enorme fusão de estilos musicais, uma grande interacção com os fãs - nomeadamente pelo passatempo da artwork da capa deste EP -, os Primitive Reason sentem-se uma banda subvalorizada, "demasiado" Underground?
GL - Acho que não no que se refere ao estar demasiado Underground, visto que estar menos Underground do que isto quase que significaria estar no meio de pessoas e negócios que não encaram a música como algo que faz, e sempre fez desde os primórdios da evolução humana, mais parte da grande Alma humana que do mundo rasca do enrasca-desenrasca / tira-arranca /copía-regurgita...(vou parar se não fico aqui a tarde toda. :) Sobre sermos uma banda subvalorizada, da perspectiva da música como arte e criatividade, claro que sim.
LAF - Numa palavra como se descreve toda a carreira dos Primitive Reason?
GL - Supercalifragilisticexpialidocious.