05 agosto 2008

Scars On Broadway

Scars On Broadway

Data de Lançamento:
29/07/2008
Label: Interscope
Alinhamento:
1.
Serious
2. Funny
3. Exploding/Reloading
4. Stoner-Hate
5. Insane
6. World Long Gone
7. Kill Each Other/Live Forever
8. Babylon
9. Chemicals
10. Enemy
11. Universe
12. 3005
13. Cute Machines
14. Whoring Streets
15. They Say

A banda que Daron Malakian encetou após o anunciado hiatus dos System Of A Down (trazendo consigo John Dolmayan) – os Scars On Broadway – lançou o primeiro e homónimo álbum no passado dia 29 de Julho. O tão aguardado registo divide opiniões: por um lado, os fãs conservadores dos SOAD não toleram a voz de Malakian; por outro, há quem ande sedento de qualquer coisa que seja fruto da mente alterada do guitarrista.


Scars On Broadway é bastante previsível, pois sabia-se de antemão, que Daron iria continuar aqui o que fez em Mezmerize/Hypnotize, mas também traz algo novo: traços new-wave trazidos pelo grande uso de sintetizadores. Mas se há uma coisa certa neste álbum é que não há uma direcção certa. Tanto há rock e metal, como punk e new-wave, o que prova a pluralidade do guitarrista.


A voz de Daron não entra aqui à toa, como no Mezmerize/Hypnotize. Nota-se uma grande evolução na sua forma de cantar e Daron ganha a minha confiança, uma vez que a havia perdido pela sua intrusão no último álbum dos System, apesar de não conseguir atingir – nem de perto, nem de longe – o alcance vocal e o talento de Tankian.


SOB está dividido em duas partes: os primeiros 7 temas são rápidos e crus; a partir de Babylon entramos numa segunda parte mais bem construída. Não é por acaso que as melhores faixas estão nesta segunda parte, ou seja: Chemicals, Enemy, 3005, Whoring Streets e They Say, embora World long Gone e Kill Each Other/Live Forever sejam as mais viciantes.


Chega-se à nona música com a questão "sim, senhor, a genialidade de Malakian está presente, mas o que é feito da insanidade?" E a resposta encontra-se na bela letra do refrão de Chemicals:


“MADNESS! I'm feeling scared,
Looking around and nobody there.
When I say "Fuck the world!"
As we're ready to rock,
Piss on your face while you suck on my cock.”


As letras são um dos pontos altos do registo… corrosivas, irónicas e satíricas. Em World Long Gone e Kill Each Other/Live Forever canta-se o niilismo de Daron. Em Enemy, o famoso “We’re on drugs” que o guitarrista cantava nos concertos dos System, é tido como o interlúdio de mais uma boa música. 3005 e Cute Machines são a sátira à sociedade tecnológica e de comunicação de massas. Um pequeno aparte: Burbank, na Califórnia é tida como a capital mundial dos mídia, daí as constantes críticas à sociedade de comunicação por parte dos membros dos SOAD, residentes em Los Angeles.


Os traços de Mezmerize/Hypnotize são evidentes em Kill Each Other… , Babylon, Universe e Whoring Streets, sendo talvez estes os frutos das antigas gravações que Malakian anunciava “ter às toneladas”.


No embate Serj vs Daron não se pode escolher um vencedor, pois Serj produziu um álbum bastante profundo, enquanto Daron tomou caminhos mais alegres (se assim se pode chamar), mas, no mesmo embate, encontram-se dois perdedores, pois System Of A Down são o Serj, o Daron, o Shavo e o John.


Scars On Broadway é bom, mas esperava-se melhor. Sente-se a falta de alguma coisa. Será Tankian?


Letras: 7/10

Técnica: 7/10

Criatividade: 8/10

Vigor: 6/10

Avaliação geral: 7/10

2 comentários:

Anônimo disse...

O Daron é fantástico. Curti muito o álbum, mesmo.

Fica bem.

Luís Almeida Ferreira disse...

Obrigado pela tua visita, FLP! Sim, o Daron é um músico bem criativo.