23 julho 2008

Festival Marés Vivas - 1º Dia (17/07/08)

No primeiro dia do Festival Marés Vivas (que neste primeiro dia se devia chamar Marés Viúvas, devido à grande afluência de góticos), que decorreu em Gaia, estiveram os grandes Sisters of Mercy, uma banda que eu gostava especialmente de ver, juntamente com os Riders on the Storm. Envolto num manto de fumo branco todo o concerto, o quarteto, liderado por Andrew Eldritch, foi debitando música atrás de música sem qualquer pausa.

Os britânicos tocaram hinos como Flood I, Dominion/Mother Russia, Vision Thing, First and Last and Always e Temple of Love – que finalizou o concerto. Para trás deixaram os fabulosos temas do primeiro álbum – Black Planet, A Rock and a Hard Place ou Logic -, bem como a (supostamente) obrigatória More.



A grave voz de Eldritch não desapontou; o que desapontou foram alguns problemas técnicos que fizeram com que, por vezes, a voz se confundisse com o instrumental e os back-vocals. Eldritch falou duas vezes: um “Hello!” no início do concerto e um “What the fuck was that?” no final de This Corrosion. No final de Temple of Love virou as costas e foi embora. Apesar do uso exacerbado de fumo – que já é tido como uma característica da banda - ainda se pode vislumbrar a careca de Eldritch e a pose ridícula à teen band do guitarrista Ben Christo.


Não tendo sido um concerto fantástico, também não foi a desilusão que a crítica dita especializada (aqui e aqui e até aqui) tem vindo a anunciar.



Como cabeça de cartaz e a finalizar a noite teve o homem dos Bauhaus, o fantástico Peter Murphy. Este senhor sabe como dar concertos! Com a sua teatralidade, voz do tamanho do mundo, subidas pelos ferros do palco, contacto com o público ou as investidas na fase Bauhaus, agarrou o público do início ao fim do concerto.



Começou o concerto com The Line Between The Devil's Teeth (And That Which Cannot Be Repeat) e acabou com a mítica Cuts You Up. Pelo meio, além dos seus temas mais famosos como Indigo Eyes, Huuvola (cujo refrão foi cantado em uníssono pelo público) ou Strange Kind OF Love, houve Bauhaus: In the Flat Field, Burning From the Inside, uma pequena passagem de Bela Lugosi's Dead e She’s In Parties, deixada para o encore. Ainda houve tempo para uma versão no mínimo diferente de Hurt, dos Nine Inch Nails (a qual foi cantada uns metros acima do chão, com Murphy pendurado num qualquer ferro da estrutura do palco, de fato preto e voz sôfrega).



Se houve quem ficasse desapontado com Sisters of Mercy, Peter Murphy fez, com certeza, valer o dinheiro do bilhete. Duas horas de concerto com um homem muito comunicativo, cheio de energia… um performer como poucos!


Antes tiveram os promissores Shout Out Louds, os quais não tive oportunidade de ver, apesar de ainda ter chegado a ouvir a “música da Optimus”.


Fotos: Cristina Pinto Pinto (Blitz)

Nenhum comentário: