14 junho 2008

Machine Head - Rock in Rio Lisboa 2008

Quem não sabia que os Machine Head foram aclamados pela revista Metal Hammer como a segunda banda mais feroz em palco, sendo, os extintos Pantera, a primeira, e nunca tinha visto uma actuação do quarteto (nem que fosse em vídeo), apanhou, com certeza, um choque de uma hora e meia no dia 5 de Junho no Parque da Bela Vista.

Clenching The Fists Of The Dissent - faixa de abertura do álbum mais recente da banda - The Blackening – serviu de mote para duas coisas: para abrir o concerto e para abrir um gigante buraco em frente ao palco. A partir daqui foi sempre a rasgar, tendo a banda the Robb Flynn (vocalista e guitarrista) e Adam Duce (baixista) alternando os temas do novo álbum com malhas mais antigas, sendo esta sequência exemplo disso: Imperium (do álbum Through the Ashes of Empires, de 2004), Now I Lay Thee Down (Blackening), Ten Ton Hammer (The More Things Change, de 1997), Aesthetics of Hate (Blackening) e Old (Burn My Eyes, álbum de estreia, de 1994). Sequência esta, sempre portadora de uma fúria e técnica tremendas, com um público a fazer mosh em quatro ou cinco zonas distintas do recinto!


Rob Flynn não parou de incentivar os festivaleiros ao mosh. Frases como: “I want you to make a fucking circle pit in this song”, ou: “I want to see everybody, from the right to the left, from the back to the front going insane and jump” ou: “Circle Pit! Circle Pit! If somebody falls down, it’s your fault!”, puseram a “Cidade do Rock” numa tamanha loucura que foi o “ salve-se quem puder” dos físicos ou corações mais fracos.


Com um público como o nosso, sempre imparável e obediente ao senhor Flynn, este não teve outra reacção a não ser ficar boquiaberto a olhar para mais de 50.000 pessoas que se encontravam a saltar e/ou de braços estendidos, entoando “hey’s” ao ritmo das músicas.


Um dos melhores momentos da noite aconteceu quando os Californianos tocaram uma cover de Iron Maiden – a Hallowed Be Thy Name (a minha favorita por sinal!) – previamente anunciada pelo vocalista e guitarrista. Foi a primeira vez que tocaram a música ao vivo, estando pronta para se encaixar num futuro tributo à banda de Steve Harris e companhia.


No fim deste fabuloso momento, a banda só descansou com Descend The Shades Of Night, porque, até lá ainda houve a Halo, extremamente ofegante devido à sua brutalidade e Take My Scars. A “balada” Descend The Shades… foi dedicada a Turtle, roadie da banda, que tinha falecido há duas semanas.


Davidian finalizou hora e meia de um espectáculo não aconselhável a cardíacos, onde a brutalidade, ferocidade, garra, técnica e empatia da banda com o público tornou, sem sombra de dúvidas, este, o melhor concerto do dia dedicado ao Metal.


Fotos: Espanta Espíritos (Blitz)

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