12 setembro 2008

Metallica

Death Magnetic

Data de Lançamento: 12/09/2008
Label: Warner Bros, Vertigo, Mercury, Universal
Alinhamento:
1.
That Was Just Your Life
2. The End Of The Line
3. Broken, Beat & Scarred
4. The Day That Never Comes
5. All Nightmare Long
6. Cyanide
7. The Unforgive III
8. The Judas Kiss
9. Suicide & Redemption
10. My Apocalypse

Confesso que não estava para fazer esta crítica. Estou de tal maneira envolvido por Death Magnetic e tenho tanta coisa a dizer sobre ele, que pensei que não ia conseguir fazer uma crítica imparcial. Mas, então, pensei: “além de realçar as coisas boas, tenho que ser verdadeiro em relação a algumas falhas e coisas menos boas que este álbum possa ter e não ser um fã com umas palas dos lados que diz que tudo é genial, porque é excelente, só para me afirmar como melhor fã do que o outro”. Porque, isto é o que eu tenho lido amiúde por aí e isto não se trata de uma competição.

O nono álbum de estúdio da banda de São Francisco veio envolto numa ond… num tsunami de hype, muito por causa do site Mission: Metallica. Este hype criou grande expectativa em relação a este lançamento, mas tirou toda a sua surpresa. No momento em que o álbum vazou para a net, já se conheciam Cyanide, The Day That Never Comes e My Apocalypse, sem contar com dezenas de riffs, excertos de letras, secções de bateria, etc… tudo cortesia do tal site. Se tivermos em conta que houve quem esperou até à data de lançamento oficial para o ouvir, estas pessoas já conheciam oficialmente 6 temas, juntando-se aos três anteriores All Nightmare Long, The Judas Kiss e Broken, Beat & Scarred.


Os Metallica, graças a St. Anger decidiram de vez recuperar a sua sonoridade old-school, fazendo um trabalho mais rápido, mais sujo, com solos com fartura. Rick Rubin é famoso por recuperar a essência das bandas que produz, talvez por isso, Bob Rock fora substituído por ele.


Antes de avançar para as músicas em si, gostava de dizer que, apesar de gostar muito do conceito que está na origem do nome do álbum e consequentes músicas, não estou propriamente contente com o título e a capa. Mas o que interessa aqui é a música, certo? O St. Anger tem uma capa bestial, um nome ainda melhor, mas é dos momentos mais fracos da banda (apesar de ser grande álbum).


Quando ouvi o álbum pela primeira vez, apesar de já familiarizado com muitas coisas, fiquei espantado. E tive razões para isso: o single The Day That Never Comes já rodava abundantemente e tinha sido anunciado por Lars que era um dos momentos mais fortes do disco, juntamente com The Unforgiven III, logo, fiquei de pé atrás. Segundo: Cyanide já tinha sido apresentada e não era propriamente aquilo que eu estava à espera de ouvir. Só My Apocalypse mantinha a excitação viva. Então, quando me meti a ouvir o álbum de inicio ao fim, fiquei rendido, porque os melhores momentos do álbum não estão em The Day That Never Comes ou Cyanide, mas sim na My Apocalypse, Broken Beat & Scarred, All Nightmare Long e The Judas Kiss.


Death Magnetic recupera a progressividade do …And Justice For All, mas, acima de tudo, recupera a agressividade dos quatro primeiros trabalhos, adicionando-lhe alguns toques de modernidade. Death Magnetic parece um álbum gravado ao vivo, capta toda a energia do quarteto, e isso é o que se pretende num álbum. Aqui há, desde Kill’em All ao Black Album, passando pelos Load e Re-Load, e até, St. Anger. Há riffs brutais. Há solos rápidos, loucos, melódicos. Há garra. Há grandes composições que fogem, completamente ao verso-refrão – solo - verso, em virtude de introdução arrastada-verso-refrão-verso-jam-solo-refrão. Há boas letras. Há, no fundo, mais um clássico.


A abertura do álbum é absolutamente explosiva, com That Was Just Your Life, The End Of The Line e Broken, Beat & Scarred, seguindo-se a progressiva e One sound-alike The Day That Never Comes, o primeiro single.


A abertura do álbum dá-se com um pulsar de coração. That Was Just Your Life é uma abertura perfeita para ilustrar o que vem a seguir no álbum.


The End Of The Line tem aquele toque funk do baixo de Trujillo, rebuscando o riff da New Song (temporariamente nomeada como Death Is Not The End); tem das melhores bridges dos Metallica, fazendo lembrar qualquer coisa de Load e Re-Load. E aquela entrada para os wha’s do solo do Kirk…!


Broken Beat and Scarred é, sem sombra de dúvidas, uma das melhores músicas deste Death Magnetic: grandes riffs, grande solo, grandes vocalizações de Hetfield e grande letra. Todo o seu Groove leva às notáveis semelhanças a Rage Against The Machine. “We Die Hard!”.


The Day That Never Comes está dividida em duas partes distintas. A parte melódica e a parte agressiva. Os dedilhados iniciais, bem à boa maneira de James Hetfield, prevê-se que venham a ser imitados ao nível de uma Unforgiven ou Fade To Black. A segunda parte, sempre progressiva, tem o cume nos rápidos solos de Kirk, que, a dado momento, se transformam em twin-solos fantásticos, levando a um final brutal.


All Nightmare Long é o segundo grande momento deste álbum. Uma introdução da cortesia do senhor Robert Trujillo precede a uma sequência de riffs avassaladores, a um refrão catchy (digno das épocas Black Album) e a uns loucos 3 minutos finais. O recuperar de fôlego que se ouve aos 6.54m é daquelas coisas que faz valer uma música.


Cyanide, quanto a mim, foi um tiro ao lado. Não é uma música má, mas não consegue competir com nenhuma das mais pesadas de Death Magnetic. Devem ter guardado na gaveta músicas bem melhores que esta. Veremos nas músicas não editadas. O facto de a música não apresentar um fio condutor, deixa, felizmente, apreciá-la parte por parte.


A Unforgiven III, que tanta gente pôs a salivar, não chega a ser um fracasso total, devido à bela introdução ao piano, à fabulosa letra e à genialidade de Hammet. Pelo facto de não se assemelhar à primeira música, das duas uma: ou tinham-lhe dado outro nome ou não a incluíam num álbum feito de peso.


Após esta não muita bem conseguida reciclagem de um fenómeno lançado em 1991, chega-nos a música que vem completar o pódio: The Judas Kiss é o seu nome. Cheia de quebras de tempo, riffs fabulosos, um grande, grande solo, o que a marca mais é o refrão. A minha favorita.


Suicide & Redemption é um bom instrumental, mas, além de lhe faltar algum sentimento, deixa algo a desejar, pois existem coisas chamadas The Kall Of Ktulu, Orion e To Live Is To Die. Apresenta, contudo, um momento sublime: dos 3.21m aos 5.24m.


O final do álbum chega com My Apocalypse que parece vinda do longínquo 1983. Não destoaria no Kill’ Em All, tem toda a rapidez e veia thrash deste álbum de estreia. My Apocalypse é loucamente rápida, voraz, e possuidora de um momento vertiginoso, que é a preparação para um solo daqueles que deveriam fazer parte de todos os álbuns thrash: “Split apart/Split apart/Split apart/Split/Spit it out!”.


Death Magnetic é a melhor coisa que se fez desde 1991, sendo o melhor álbum dos Metallica em 17 anos, o que se repararmos bem, é qualquer coisa. Abençoados sejam eles (e Rick Rubin)!

3 comentários:

Anônimo disse...

Concordo em quase tudo contigo! Parabens pela review

MarcoPina disse...

Sem duvida uns dos melhores albuns dos Metallica!!!!
The Judas Kiss, também é a minha preferida... só aquele refrão arrepia...
Lindo!

Bom post meu..continua.
Fica bem.

MarcoPina disse...

Sem duvida uns dos melhores albuns dos Metallica!!!!
The Judas Kiss, também é a minha preferida... só aquele refrão arrepia...
Lindo!

Bom post meu..continua.
Fica bem.