28 junho 2008

Moonspell

Night Eternal

Data de Lançamento: 19/05/2008
Label: SPV
Alinhamento:
01.
At Tragic Heights
02.
Night Eternal
03.
Shadow Sun
04.
Scorpion Flower
05.
Moon In Mercury
06.
Hers Is The Twilight
07.
Dreamless (Lucifer and Lilith)
08.
Spring Of Rage
09.
First Light

O nono disco dos portugueses Moonspell, além de recuperar um pouco das sonoridades do seu primeiro longa-duração – Wolfheart -, segue também a linha ambiciosa e abrangente do antecessor Memorial. Vai buscar a garra e o todo aquele universo feminino do primeiro, e possui todos os traços um pouco mais acessíveis do segundo.


Night Eternal é trepidante e sufocante, de início ao fim, fazendo lembrar que estamos no Helm’s Deep, rodeados por milhares de Uruk-hais, dos quais se espera o tal ataque massivo. Tudo isto, mesmo havendo o momento mais calmo – embora arrepiante – de Scorpion Flower, onde Ribeiro faz dueto com Anneke van Giersbergen dos The Gathering e dos Agua de Annique.


As outras vozes femininas que se ouvem ao longo do álbum pertencem às Crystal Mountain Singers, grupo formado propositadamente para Night Eternal, composto por Carmen Simões (Ava Inferi), Sophia Vieira (Cinemuerte) e Patrícia Andrade (The Vanity Chair).


Muito do que me fascinou em Night Eternal foi o trabalho de Ricardo Amorim. Já anteriormente, em Mare Nostrum, havia mostrado grande habilidade, e neste sucessor de Memorial, aquele que, outrora, era apenas fã da banda, tem em Night Eternal, Shadow Sun e First Light, excelentes provas da suas capacidades em fazer belos dedilhados – que sempre ajudaram os Moonspell a ser uma banda bem atmosférica.


O momento alto do registo é Spring of Rage, onde apenas o riff inicial é “meio-golo” -, num tema em que o quinteto debita toda a sua raiva.


Night Eternal ainda consegue ser mais ambicioso que o seu antecessor Memorial. É o álbum mais épico da banda, muito devido aos ambientes criados por Pedro Paixão e aos coros femininos, sendo, aquilo que, para mim, peca neste disco, preferindo trabalhos mais crus como Wolfheart, Darkness and Hope ou The Antidote.


Os Moonspell são do melhor que se faz em Portugal musicalmente, e, a cada lançamento, levam o nosso nome cada vem mais longe. Se atingiram o Céu (ou o Inferno) no Wacken Open Air, a partir de agora, já passaram essa barreira e vão ter que ir mais longe – seja lá isso onde/o que for!


Letras: 9/10

Técnica: 8/10

Criatividade: 8/10

Vigor: 8/10

Avaliação geral: 8.25/10

27 junho 2008

Citação #6

"Music expresses that which cannot be put into words and cannot remain silent"

Victor Hugo

26 junho 2008

Machine Head

Message in a Bottle (The Police cover)


18 junho 2008

Metallica - Rock in Rio Lisboa 2008

O concerto da melhor banda metal do mundo (quanto a mim, o metal não era necessário) no passado dia 5 de Junho no Rock in Rio foi tudo menos consensual. Tendo sido o mais fraco de de três concertos da banda em quatro anos por terras lusas, não deixou de ser um excelente concerto. Pecou, porque os outros foram fenomenais.


Mas, para isto se ter dado, entraram determinados factores, nomeadamente o seu alinhamento. O alinhamento foi reduzido – 18 músicas, apenas -; o alinhamento já era conhecido (tirando três ou quatro variações possíveis), excluindo, desta forma, o factor surpresa e o mesmo foi pescar temas à fase menos consensual do quarteto – época Load/Re-Load. Depois, houve o factor Machine Head (leia-se a crítica a esse concerto, em baixo) que deixou o público de rastos. Por fim, tivemos um James Hetfield menos comunicativo e pessoal que o habitual.


Contudo, foi um concerto bastante profissional, com pouquíssimos erros técnicos, ao contrário do ano passado, onde estes foram uma constante.

Passava pouco da meia-noite quando surgiu Ecstasy of Gold, entoada pelo público tão sentidamente, que se deixou de ouvir a própria música. O quarteto abriu o espectáculo com a previsível Creeping Death, a que lhe seguiu Fuel (uma das variações que o reportório podia sofrer, em virtude de For Whom The Bell Tolls, tocada o ano passado, portanto, boa opção!).



É no fim deste tema que acontece o momento mais caricato do concerto, quando Hetfield começa a puxar pelo público e depara-se com a setlist e diz: “In my list it says that’s is an intro tape abou to happen, so I’ll get off the stage”. A introdução que se referia era de Wherever I May Roam, que se torna muito especial ao vivo. Seguiu-se-lhe Harvester of Sorrow e o primeiro problema técnico, pois a guitarra de Kirk Hammet estava desligada mas, nada de mais.

Veio, então a parte mais parada, embora bem tocante, com Bleeding Me, King Nothing e Devil’s Dance, só intercalada com a old-school No Remorse, a qual provocou um mosh já moderado.

Pode-se dizer que essa parte mais calma serviu para descansar para a sequência que viria a seguir: a grande Welcome Home (Sanitarium), com direito a passagem directa para o hino Master of Puppets, no qual já houve mosh do bom, mas também, alguns problemas na guitarra de Hetfield. “Do you want fast?!” – gritava James ainda no rescaldo da Master, o que deixava antever Damage Inc. ou Whiplash. Foi Damage Inc., a grande malha do Master of Puppets que permitiu uma vaga de euforia gigante.


Para a recta final ficaram as obrigatórias Nothing Else Matters, Sad But True, One (com a guitarra de Hammet outra vez desligada) e Enter Sandman.

Quando entraram para o encore ainda tiveram tempo para uma pequena jam, começada por Lars. Hallowed Be Thy Name dos Iron Maiden foi o tema que o quarteto tocou durante alguns segundos. Então, vieram duas grandes malhas do álbum Garage Inc.: Last Caress (um original dos Misfits), a fantástica So What? (tema dos Anti-Nowhere League, que teve direito a ajuda extra por parte dos Machine Head) e a mítica Seek and Destroy, a finalizar duas horas de concerto.

Para a despedia fica a grande imagem do quarteto a segurar a bandeira do Portugallica, onde se podia ler “Portugallica welcomes back the four horseman” (ups, um pequeno erro), tendo este sido um momento fantástico. Lars prometeu mais uma passagem pelo nosso país, para o ano que vem, na sequência da digressão de promoção ao novo álbum, a sair em Setembro.


Para trás ficou um concerto que não agradou a muitos, mas há que compreender que num alinhamento de 18 músicas, uma banda tem que tentar agradar a todos, tocando os temas mais populares, tocando os hinos, tendo as variações ao reportório habitual que ser limitadas. Perdeu sim, por, como referi antes, não ter sido aquele estrondo que foi no ano passado no SBSR ou aquele regresso tão aguardado – depois de 5 anos sem virem ao nosso país – que foi no Rock in Rio 2004. Contudo, fantástico!

Fotos: Espanta Espíritos (Blitz)

15 junho 2008

Metallica


Death Magnetic será o título do sucessor de St. Anger (2003). O título foi revelado ontem (14 de Junho) no Mission: Metallica, juntamente com este pequeno vídeo:


14 junho 2008

Machine Head - Rock in Rio Lisboa 2008

Quem não sabia que os Machine Head foram aclamados pela revista Metal Hammer como a segunda banda mais feroz em palco, sendo, os extintos Pantera, a primeira, e nunca tinha visto uma actuação do quarteto (nem que fosse em vídeo), apanhou, com certeza, um choque de uma hora e meia no dia 5 de Junho no Parque da Bela Vista.

Clenching The Fists Of The Dissent - faixa de abertura do álbum mais recente da banda - The Blackening – serviu de mote para duas coisas: para abrir o concerto e para abrir um gigante buraco em frente ao palco. A partir daqui foi sempre a rasgar, tendo a banda the Robb Flynn (vocalista e guitarrista) e Adam Duce (baixista) alternando os temas do novo álbum com malhas mais antigas, sendo esta sequência exemplo disso: Imperium (do álbum Through the Ashes of Empires, de 2004), Now I Lay Thee Down (Blackening), Ten Ton Hammer (The More Things Change, de 1997), Aesthetics of Hate (Blackening) e Old (Burn My Eyes, álbum de estreia, de 1994). Sequência esta, sempre portadora de uma fúria e técnica tremendas, com um público a fazer mosh em quatro ou cinco zonas distintas do recinto!


Rob Flynn não parou de incentivar os festivaleiros ao mosh. Frases como: “I want you to make a fucking circle pit in this song”, ou: “I want to see everybody, from the right to the left, from the back to the front going insane and jump” ou: “Circle Pit! Circle Pit! If somebody falls down, it’s your fault!”, puseram a “Cidade do Rock” numa tamanha loucura que foi o “ salve-se quem puder” dos físicos ou corações mais fracos.


Com um público como o nosso, sempre imparável e obediente ao senhor Flynn, este não teve outra reacção a não ser ficar boquiaberto a olhar para mais de 50.000 pessoas que se encontravam a saltar e/ou de braços estendidos, entoando “hey’s” ao ritmo das músicas.


Um dos melhores momentos da noite aconteceu quando os Californianos tocaram uma cover de Iron Maiden – a Hallowed Be Thy Name (a minha favorita por sinal!) – previamente anunciada pelo vocalista e guitarrista. Foi a primeira vez que tocaram a música ao vivo, estando pronta para se encaixar num futuro tributo à banda de Steve Harris e companhia.


No fim deste fabuloso momento, a banda só descansou com Descend The Shades Of Night, porque, até lá ainda houve a Halo, extremamente ofegante devido à sua brutalidade e Take My Scars. A “balada” Descend The Shades… foi dedicada a Turtle, roadie da banda, que tinha falecido há duas semanas.


Davidian finalizou hora e meia de um espectáculo não aconselhável a cardíacos, onde a brutalidade, ferocidade, garra, técnica e empatia da banda com o público tornou, sem sombra de dúvidas, este, o melhor concerto do dia dedicado ao Metal.


Fotos: Espanta Espíritos (Blitz)

10 junho 2008

Apocalyptica - Rock in Rio Lisboa 2008

Por volta das 20.30h, pouco após a actuação dos Moonspell, o sol já se punha, e a “Cidade do Rock” já se encontrava bem composta, estando, as colinas laterais, já recheadas de público, preparado para o concerto dos Apocalyptica. De uma banda composta por quatro violoncelistas, acompanhados por um baterista (não, já não é Dave Lombardo dos Slayer, mas não lhe fica atrás, isso não), esperava-se tudo menos o assombroso cocktail Metal/Música Clássica, que pôs o público num mosh mais violento e maior que em Moonspell (também, devido ao número de pessoas ser, por aquela altura, três ou quatro vezes maior).




A abrir o concerto, Refuse/Resist, um original dos Sepultura, deu logo a entender que os finlandeses não estavam ali para brincadeiras. Se o primeiro tema prometia, as músicas seguintes dissiparam qualquer dúvida que este seria o concerto sensação do dia dedicado às sonoridades mais pesadas do Rock in Rio Lisboa 2008. Grace, I’m Not Jesus (que conta com Corey Taylor (Slipknot/Stone Sour) na versão original) e Ion foram essas músicas (todas pertencentes ao seu álbum mais recente: Worlds Collide), e precederam a primeira cover de Metallica da tarde/noite: Fight Fire With Fire, que foi recebida com uma grande ovação, logo quando se perceberam as primeiras notas.



Seguiu-se a 5ª Sinfonia de Beethoven, previamente anunciada pelo Inglês “nórdico”, quase imperceptível de Eicca Toppinen. Então, veio Betrayal (originalmente gravada com Dave Lombardo), que permitiu mais uma vaga de empurrões e pancadaria, à qual lhes sucederam Bittersweet e Last Hope (contando, também, a versão original com a presença de Lombardo).


Então, chegou o momento alto do concerto! Não, não estou a falar da mensagem da Greenpeace, na qual Eicca pedia (embora não se percebesse metade) que o público respeitasse o ambiente e afins, e para mandar uma mensagem para um qualquer número de custo acrescentado, que viria a salvar o Mundo. Estou a falar, sim, do momento em que os Apocalyptica tocaram pela segunda vez uma cover de Metallica: Seek and Destroy originou a primeira grande entoação do público, nesta actuação meramente instrumental.


Como se isto tudo não bastasse, ainda houve tempo para mais três músicas. E que senhoras músicas (!): Inquisition Symphony; Hall of the Mountain King e Semann (música original dos Rammstein) foram apocalípticas e fecharam este memorável espectáculo com chave de ouro.


Ao vivo, a técnica irrepreensível que caracteriza a banda vincou-se, notando-se que os solos das versões de estúdio não levam “aditivos”; eles solam tão bem e tão rápido como qualquer virtuoso da guitarra, e Mikko Sirén, o baterista é extremamente bom e, muito por culpa dele, pode haver muito bom, mas muito bom mosh.



Foi uma hora de concerto arrepiante, em que a música clássica se aliou a um peso de fazer tremer o chão. Houve momentos geniais como os headbangings de graduados em música clássica, violoncelos com distorção ou melodias feitas com recurso a efeitos wah-wahs. Isto tudo, associado a uma garra imensa por parte da banda, tornaram esta ocasião numa daquelas que fica para a vida.

Fotos: Espanta Espíritos (Blitz)

07 junho 2008

Moonspell - Rock in Rio Lisboa 2008

Ainda de tarde, com um sol bem fustigante a fazer-se sentir nas t-shirts pretas dos metaleiros, os Moonspell inauguraram o dia dedicado ao Metal, nesta edição do Rock in Rio Lisboa. E de que maneira! At Tragic Heights, faixa de abertura do novo álbum da banda – Night Eternal -, foi a escolhida para abrir as hostilidades de um concerto extremamente coeso e profissional.


Seguiu-se-lhe Night Eternal e Finisterra (esta última repescada do antecessor Memorial) a darem azo aos primeiros moshes do dia. Mas, quando se pensava que a banda iria presentear o público apenas com temas recentes, surgem Opium e Nocturna, bem acolhidos por um público que, embora, em relativamente pouco número, estava sedento de peso e antigos êxitos (se assim se pode chamar).



Então, Fernando Ribeiro, sempre muito comunicador, anunciou que a convidada especial, Anneke Giersbergen, não poderia estar presente por motivos de saúde, anunciando de seguida as Crystal Mountain Singers, para com ele, cantarem o single de Night Eternal: Scorpion Flower, que, apesar de ser um tema mais soft, a descair mais para a power-ballad do que para o peso, foi fabulosamente bem interpretada e absolutamente arrepiante.


Blood Tells, música que se seguiu, permitiu mais mosh, mas, foi, na recta final, que os Moonspell tiveram a sua apoteose com Everything Invaded, Mephisto, a grande Alma Mater e Full Moon Madness, músicas que nunca cansam e, sendo das melhores investidas dos portugueses, fizeram o público entoá-las e aderir à causa, especialmente no hino Alma Mater. A surpresa foi mesmo não terem tocado Vampiria, talvez, o seu segundo hino, havendo, mesmo, quem diga, que é esse o hino, e não, Alma Mater.



Fernando Ribeiro é incansável, portador de uma voz que vem evoluindo ao longo dos anos, e, até teve tempo para cobiçar um casaco com um pentagrama vermelho que alguém usava: “Gosto do teu casaco. Dás-mo? Então, no final, falamos” – foram estas as palavras de Ribeiro, que ao que parece, chegou mesmo a receber o presente.



Eu classificaria este concerto como um banho de profissionalismo, porque, apesar de curto (cerca de uma hora), os músicos dedicaram toda a sua garra e toda a sua paixão aos fãs portugueses. Sem dúvida, a melhor banda portuguesa, cujas constantes digressões, um pouco por todo o Mundo, os ajudaram a ser uma banda mais madura e técnica, que se traduziu num grande concerto e, em músicas, que, ao vivo, não se distanciam assim tanto das de estúdio.



Fotos: Espanta Espíritos (Blitz)

Nos próximos dias, publicarei as críticas ao resto dos concertos deste festival: Apocalyptica, Machine Head e Metallica.

03 junho 2008

Moonspell

O pequeno concerto acústico que os Moonspell (Fernando Ribeiro e Ricardo Amorim, mais precisamente) deram na Antena 3, no passado dia 19 de Abril (data de lançamento do último registo de originais, Night Eternal) não foi disponibilizado em podcast, mas um user (Infernalord, um muito obrigado, já agora) do fórum da banda teve a gentileza de gravar a emissão e publicá-la na Internet. Façam aqui o download. Ficam aqui, também, os vídeos gravados no tal estúdio 23 da rádio, onde os dois membros tocaram Scorpion Flower e Dreamless.




02 junho 2008

Cavalera Conspiracy

A banda de Max e Iggor Cavalera que lançou o seu primeiro álbum de originais - Inflikted - no passado dia 24 de Março, publicou no seu MySpace dois B-Sides. O primeiro é uma cover dos Possessed (banda thrash/death metal da Califórnia (claro!)) - The Exorcist; o segundo é o tema In Conspiracy. Podem ser escutados no seu Myspace.